Voto repúdio foi apresentado por Franzé Silva (PT), após o prefeito de Parnaíba ter atacado Regina Sousa
Representantes de religiões de matriz africana e ameríndia – Articulação Nacional de Povos de Matriz Africanas e Ameríndia (ANPMA-BRASIL) e Tenda de Santa Luzia – compreceram à sessão plenária da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), nesta segunda-feira (4), para acompanhar a votação do voto de repúdio apresentado pelo deputado Franzé Silva (PT) contra o prefeito de Parnaíba Mão Santa, que chamou a governadora Regina Sousa de “macumbeira”, em tom preconceituoso e difamatório.
“Desrespeitosas, misóginas e intolerantes declarações”, introduz o documento protocolado nesta manhã. “Fala, verdadeiramente, criminosa do prefeito de Parnaíba com ofensas à governadora Regina Sousa, às religiões de matriz africana e ao povo do Piauí”, prossegue o voto de repúdio ao ex-governador.
“Mão Santa usou a palavra ‘macumbeira’ em sentido pejorativo, a significar algo mau, perverso, que remonta ao Brasil colônia, e nada mais é do que expressão do racismo que ainda assola o país. A ofensa é dirigida a uma mulher, hoje mandatária do Estado, que a vida inteira enfrentou o machismo, a misoginia, o racismo”, fundamenta.
No argumento do voto de repúdio, Franzé cita, também, a Lei Nº 7.690, de 23 de dezembro de 2021, de sua autoria e que institui no Piauí o Dia de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres, visando, justamente, debater e combater esse e outros tipos de violências que, historicamente, impedem e excluem as mulheres de atuarem politicamente.
Na última sexta, ao comentar as declarações de Mão Santa, Franzé Silva, em fala severa, disse que o prefeito “está perdendo a sua sanidade mental ou então está querendo ficar em evidência no mundo das notícias. Ele precisa entender que uma mulher precisa ser respeitada e, principalmente, esta mulher que está no cargo máximo do Estado”.